Título: Do valor alimentar da catanha-do-Pará
Autor(es): Borges, Pedro
Editor: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
Idioma: pt_BR
Tipo: Livro
Data: 1967
Resumo: O presente trabalho, em que os A. A. pretenderam fazer um estudo, o mais completo possível, sobre a castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa), é dividido em duas partes: I — em que é esflorado principalmente o problema econômico-social da matéria, encarando-se os seguintes aspectos: a) a parte botânica, as condições de medramento da castanheira, o tempo de frutificação e as zonas em que a árvore é nativa (área amazônica); b) os grandes centros produtores (Estados do Amazonas e Pará) e as zonas dos grandes castanhais (entre os rios Tocantins e Xingu, Santarém, às margens do rio Tapajós, seguidas das zonas dos rios Trombetas e Curuá (Pará); Solimões e Madeira (Amazonas), Xapuri (Estado do Acre); Porto Velho (Rondônia) e Jari (Amapá); c) as condições da colheita do fruto e as condições econômico-sociais da vida e trabalho do castanheiro (colhedor do fruto); d) a produção da castanha sob o ponto de vista económico; e) a exportação e seus problemas; f) e, em conclusão, apontam os A. A. que o consumo da castanha (muito irregular, atualmente, sujeito às oscilações dos mercados interno e externo, tornando, também, irregular a produção), tem grandes possibilidades de ser aumentado, desde que haja outra orientação superior a governar a nossa economia castanheira e não apenas, como acontece no momento, a do primarismo recoletor; e II — experimental, constante de: a) um estudo da composição química — rica em proteínas e muito rica em gordura, a castanha revelou-se, também, boa fonte de vitaminas hidro e lipossolúveis (teor de tiamina superior ao do amendoim e da castanha-de-caju e quase igual ao do feijão soja) e de sais minerais (teores de cálcio e fósforo superiores aos encontrados em alimentos similares — soja e amendoim); b) ensaios biológicos que revelaram, nos ratos Wistar utilizados: 1) castanha “in natura” — boa aceitabilidade da dieta, bom desenvolvimento e crescimento, a autópsia revelou depósito protéico hepático bom, pràticamente igual ao encontrado para animais em dietas padrões (à base de caseína) e uma alta taxa de gordura hepática, consequente, sem dúvida, do alto teor de gordura na dieta ensaiada (34,6%); 2) — farinha de castanha parcialmente desengordurada com éter etílico ( obtida no laboratório e que se apresentou sob forma de pó muito leve) — uma síndrome patológica lembrando, em seus aspectos, uma carência tiamínica e cuja explicação patogênica é sugerida pelos autores (por antimetabolização condicionada provàvelmente, em parte, por alta taxa da fibra bruta da farinha dificultando a absorção dos componentes da dieta); 3) — farinha parcialmente desengordurada (produto industrial) — alto valor biológico (1.17 contra 1.29 da dieta padrão à base de caseína), devendo-se destacar que o produto ensaiado, com sabor e aroma muito semelhantes ao da castanha fresca é de surpreendente durabilidade de conservação (conforme declarações do fabricante mantém-se em boas condições por vários anos, estando a amostra em poder dos A. A. guardada, há cêrca de oito meses no laboratório, à temperatura ambiente, inalterada, em tudo igual a uma outra conservada em geladeira) e parece oferecer possibilidades de futuras utilizações, quer na culinária doméstica quer na indústria alimentar; 4) — mistura castanha + leite em pó — bastante significativo foi o fato do valor biológico da mistura revelar-se mais alto que o do leite (1.92 contra 1.84) e daí ressaltarem os A. A. a importância que, para o aproveitamento da castanha, poderá ter uso em associação com vários alimentos de produção habituais no país; 5) — óleo de castanha — coeficiente de digestibilidade muito bom (97.7).
Palavras-chave: CASTANHA-DO-PARÁ;  VALOR ALIMENTAR;  COMPOSIÇÃO;  ENSAIOS BIOLÓGICOS;  MÉTODOS;  SERVIÇO DE INFORMAÇÃO AGRÍCOLA (SIA)
URI: http://192.168.3.118:8080/handle/1/2346
Aparece nas coleções:Coleção Especial do Serviço de Informação Agrícola - SIA
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