A produção de cacau fino e a melhoria de qualidade do cacau brasileiro

Abstract

A cacauicultura baiana vem a mais de 20 anos buscando alternativas para um dos seus grandes desafios que é a baixa rentabilidade financeira das fazendas de cacau (SANTOS, 2009). Entre as alternativas encontradas pelos cacauicultores para superar este problema está a produção de cacau fino. Segundo Barel, 2009 as indústrias de chocolates « gourmet » européias pagam, por esse tipo de cacau, um preço duas a três vezes acima da cotação da bolsa; Barel, 2005 afirma que essas industrias consideram o cacau brasileiro como um cacau padrão (“bulk”), produzido a partir da variedade “forasteiro”, sem aromas especiais e portanto inapta para produção de cacau fino. Entretanto a caracterização do cacau brasileiro como forasteiro é um equívoco e não corresponde à realidade. Depois do aparecimento da doença conhecida por “vassoura de bruxa”, as plantações de cacau na Bahia sofreram uma grande modificação na sua composição genética, passando a ter 30% da plantação com a variedade "trinitário", considerada apta para produção de cacau fino (SANTOS, et al., 2012). Diante disso, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a qualidade do cacau brasileiro gerando informações sobre sua potencialidade sensorial para produção de cacau fino.