Ocorrência da crosta-negra em seringais do sudeste da Bahia. In: Agrotrópica v. 34 n. 1 p. 67-80, 2022.

Abstract

A heveicultura da Bahia notabiliza-se como uma atividade geradora de trabalho e renda e de importância social e ambiental. O cluster regional da borracha integra a cadeia produtiva com investimentos nos segmentos de insumos, produção primária, agroindústria, indústrias de pneumáticos e artefatos. Nas duas últimas décadas, no sudeste da Bahia vem ocorrendo novas doenças, causando danos econômicos. A exemplo, a crosta-negra (Phyllachora huberi P. Henn.), foi disseminada nos seringais, formando um complexo associada a fungos das espécies Colletotrichum sp. e Corynespora cassiicola (Berk & Curt), provocando epidemias severas, causando redução de até 50 % na produção. Os primeiros sintomas são perceptíveis em folíolos maduros, causando desfolha progressiva e lenta das plantas, reduzindo a área foliar em até 90%, cerca de quatro a seis meses após, quando também ocorre a ação danosa de outras doenças. Entre as alternativas de controle menciona-se o uso de fungicida composto por estrobirulina, azoxistrobina e um triazol, o tebuconazol, na concentração de 0,0125%, sendo necessário o registro junto ao MAPA, visando à extensão de uso deste produto e a definição de tecnologia de aplicação acessível e eficaz, a fim de possibilitar a adoção pelos produtores, inclusive agricultores familiares. A ação do complexo crosta-negra requer a indicação de clones produtivos e resistentes às enfermidades ou clones produtivos que possam ser explorados com manejo integrado, gerando eficácia no benefício/custo. A importância desta doença demanda a realização de pesquisas para conhecer melhor a integração deste fungo no patossistema e definir medidas eficazes de controle integrado.