Bactérias diazotróficas e fungo micorrízico Glomus clarum em mudas de pupunheira (Bactris gasipaes H. B. K.). In: Agrotrópica v. 12 p. 181-188. 2000.

Abstract

A pupunheira é uma palmeira originária da Região Amazônica e da América Central, que vem despertando grande interesse de vários agricultores por produzir precocemente um palmito de excelente qualidade, além de apresentar bom perfilhamento em comparação com outras palmeiras produtoras de palmito. Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito da inoculação de bactérias diazotróficas e do fungo micorrízico arbuscular Glomus clarum no desenvolvimento das mudas de pupunheira com 45 dias de idade. Foram avaliados a altura do colo até a inserção dos folíolos mais novos abertos e o diâmetro do colo aos 90 dias após a inoculação (DAI) de bactérias diazotróficas e/ou do fungo micorrízico arbuscular Glomus clarum , 180 DAI e 270 DAI, a área foliar, o peso da matéria seca de raízes e da parte aérea, bem como os conteúdos de nitrogênio e fósforo da parte aérea aos 270 DAI. O experimento foi instalado em casa de vegetação, sendo conduzido com 8 tratamentos com 10 repetições, em blocos completamente casualizados. Os tratamentos foram: (T 1) plântulas inoculadas com G. clarum e fertilizadas com 14 mg de nitrogênio a cada 25 dias na forma de (NH4 ) 2 SO4 ; (T 2) plântulas fertilizadas com 14 mg de nitrogênio a cada 25 dias na forma de (NH4 ) 2 SO4 ; (T 3) plântulas inoculadas com Glomus. clarum; (T 4) plântulas inoculadas com a mistura de estirpes padrões de bactérias diazotróficas Azospirillum lipoferum (sp 260), Herbaspirillum seropedicae (Z 67) e Burkholderia sp (M-130) e inoculadas com G. clarum; (T 5) plântulas inoculadas com uma mistura de 3 estirpes de bactérias diazotróficas isoladas de raízes de pupunheira e de dendezeiro (2 estirpes da espécie Herbaspirillum e uma estirpe da espécie Azospirillum brasilense) e inoculadas com o G.clarum; (T 6) tratamento 4 com ausência da inoculação do G. clarum ; (T 7) tratamento 5 com ausência da inoculação com o G. clarum e o (T 8) testemunha sem fertilização nitrogenada sem a inoculação de bactérias diazotróficas e do G. clarum. As plantas inoculadas com G. clarum e que receberam o N-mineral apresentaram maior altura aos 180 e 270 (DAI), além de maior peso da matéria seca da parte aérea, área foliar e maior conteúdo de N, P e K na parte aérea aos 270 DAI. A inoculação individual de bactérias diazotróficas padrões ou isolados de palmeiras com ausência da inoculação de G. clarum ou inoculadas conjuntamente com o G.clarum contribuiu para uma maior altura das plantas apenas aos 180 DAI em relação a testemunha. Entretanto, este fato, não foi verificado aos 270 DAI. Isto se deve, provavelmente ao pequeno espaço físico do recipiente a ser explorado pelo sistema radicular, uma vez que as plantas estavam maiores. O fungo micorrízico arbuscular G. clarum apresentou uma baixa eficiência quando o N-mineral não foi fornecido as mudas de pupunheira. Certamente a pupunheira não conseguiu sustentar a simbiose com as bactérias diazotróficas (estirpes isoladas de palmeiras ou estirpes padrões de bactérias diazotróficas) e do G. clarum ou da inoculação individual de cada um desses microrganismos, pois a planta se encontrava com deficiência de um elemento importante no metabolismo de captação de energia (Fotossíntese), como é o caso do N (nitrogênio).