Sobrevivência de Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer em vassouras secas de cacaueiros (Theobroma cacao L.) do estado da Bahia. In: Agrotrópica v. 9 p. 23-28, 1997.

Abstract

Foi estudada, durante 24 meses, a sobrevivência do fungo Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer, em 140 vassouras secas provenientes de cacaueiros dos agrossistemas Camacã e Almada (Uruçuca), Bahia, avaliando-se a produção de basidiocarpos, basidiósporos e a germinabilidade e infectividade destes. Setenta vassouras de cada agrossistema foram colocadas em câmaras úmidas, submetidas a períodos alternados de 8 horas de alta umidade e 16 horas de seca/dia para induzir a frutificação do patógeno. A produção de basidiocarpos teve início aos 45 dias e todas as vassouras frutificaram após 90 dias. As vassouras selecionadas de Camacã e Uruçuca foram divididas em lotes com 15 e 20 unidades cada. Os lotes de 20 permaneceram nas câmaras úmidas por mais 24 meses e produziram basidiocarpos durante 21 e 23 meses respectivamente Durante este período houve formação de massa micelial nas incisões feitas nas vassouras. Os basidiósporos foram liberados. germinaram e infectaram sementes pré-germinadas de cacau cv. Catongo, causando hipertrofia do hipocótilo. redução do sistema radicular e da parte aérea, diferindo, assim, significativamente, das testemunhas. As vassouras do lote de 15 ficaram 18 meses em ambiente seco, para posterior exposição em câmaras úmidas. Neste caso, não houve formação de basidiocarpos nem de massa micelial nas incisões realizadas mensalmente, revelando que a capacidade de sobrevivência do fungo depende da temperatura e da alternância dos períodos seco e úmido. Verificou-se que C. perniciosa pode sobreviver até 25 e 27 meses nas vassouras originarias de Camacã e Uruçuca, respectivamente.