Aspectos ecológicos e evolutivos do cacaueiro (Theobroma cacao L.) da Amazônia brasileira. In: Agrotrópica v. 8 p. 1-14, 1996.

Abstract

As populações de cacau silvestre da Amazônia brasileira são encontradas amplamente dispersas e adaptadas a uma diversidade de ambientes físicos e bióticos nos quais o cacaueiro apresenta um padrão de distribuição aleatório ou agregado e agrupamentos de densidade e distribuição espacial heterogêneas. Os agrupamentos podem apresentar desde poucas plantas confinadas em áreas bem delimitadas até milhares de indivíduos dispersos em áreas extensas, formando, muitas vezes, numerosas subpopulações locais interconectadas. O sistema de reprodução assume características de espécie intermediária, em virtude das variações ocasionadas por diversos fatores. Presume-se que plantas ou "touceiras" isoladas na floresta devem constituir elementos de conexão gênica entre subpopulações que coexistam numa mesma área geográfica e que a formação de "touceiras", a ocorrência de plantas adjacentes que apresentam o mesmo genótipo, bem como, o elevado potencial reprodutivo seminal representam estratégias adaptativas da espécie. São enfatizados também alguns aspectos sobre o fluxo gênico a curta e longa distâncias, as dificuldades para se estabelecer o grau de domesticação das populações naturais bem como o nível e a distribuição da variabilidade nessas populações.