Recuperação de plantações de cacau com alta incidência de vassoura-de-bruxa na Amazônia brasileira. In: Agrotrópica v. 1 p. 133-136, 1989.

Abstract

A cacauicultura na Amazônia brasileira conta atualmente com 80 000 hectares e, entre os problemas fitopatológicos do cacaueiro nesta região, a vassoura-de-bruxa causada por Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer constitui o principal problema. O controle fitos sanitário através da remoção dos tecidos infectados é a única maneira eficiente de controlar esta enfermidade até o momento. A eficiência e o custo .desta prática dependem de vários fatores, principalmente do nível de infecção e altura das plantas, os quais determinam o tipo de prática a ser utilizada na recuperação. O trabalho teve início em outubro/83, na região de Belém, Pará, em cacaueiros com 8 anos de idade, espaçamento de 2,20 x 2,20 m e com infecção de 83 e 90% em frutos e lançamentos, respectivamente. Os métodos de recuperação utilizados foram: (1) remoção das vassouras e eliminação dos ramos com alto índice de almofadas infectadas; (2) somente remoção das partes infectadas sem eliminação de ramos; (3) decaptação total da copa 30 a 40 em acima da forquilha. Para determinar a redução dos custos do controle e produção de inóculo em função do destino dado aos materiais infectados removidos, foram adotados práticas de amontoa, recortagem e retirada de dentro da plantação. As práticas realizadas nos tratamentos um, dois e três necessitaram de 36, 67 e 27 jomadas/ha, respectivamente. A remoção dos tecidos infectados para fora de plantação demandou 47% a mais de mão-de-obra do que a amontoa ou recortagem desses materiais. Um ano após a aplicação dos tratamentos, verificou-se recuperação total da copa das plantas nos tratamentos um e dois e a produção aumentou de 200 para 680 kg/ha com perdas de 3%. A implicação destes resultados são discutidos no âmbito de uma estratégia para o controle da enfermidade.