Trabalhadores do cacau: uma avaliação quantitativa. In: Agrotrópica v. 12 p. 147-150, 2000.

Abstract

Uma questão freqüentemente colocada, no final dos anos 90, por pesquisadores, estudiosos ligados ao desenvolvimento e por planejadores de políticas públicas tem se referido ao impacto da crise do cacau ocorrido nas duas últimas décadas, quanto à geração de emprego. Esta questão, adicionada à problemática metodológica para se estimar empregos diretos no campo, em função, da crise, é analisada neste trabalho. Dados amostrados de campo, coletados em diferentes momentos, na década de 90, são utilizados para tratar a relação mão-de-obra por hectare, por estrato de área da fazenda, e estimar o impacto da crise na geração de emprego direto em fazendas de cacau no Sul da Bahia. Os dados revelam que, ao contrário do que regularmente se espera, neste momento, há independência entre estrato de área da fazenda e nível de mão-de-obra por hectare e que, nas condições atuais de transição, é possível estimar-se o volume de trabalhadores envolvidos diretamente no processo produtivo a partir da média aritmética da mão-de-obra por hectare e a área total de cacau em produção. Comenta-se também, brevemente, sobre relações de trabalho e remuneração do trabalho no campo.