Indução de resistência sistêmica para o controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro. In: Agrotrópica v. 24 p. 41-47, 2012.

Abstract

A indução de resistência sistêmica adquirida em plantas (RSA) constitui uma alternativa tecnológica bastante promissora para o controle de fitopatógenos. RSA se caracteriza pela ativação de mecanismos de resistência poligênicos latentes nas células vegetais, capazes de proteger plantas contra fatores bióticos e abióticos em parte ou em todo o seu ciclo vegetativo. Com o objetivo de identificar moléculas com capacidade indutora para o controle da vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa) do cacaueiro (Theobroma cacao) foram testadas substâncias metabolizáveis pela planta e de impacto ambiental praticamente nulo. No experimento 1, plantas adultas do clone ICS 1, susceptível à vassoura-de-bruxa, foram submetidas, em uma única aplicação, a injeção no tronco de 20 mL de diferentes indutores. O experimento teve 12 tratamentos dos quais três foram controles, glicose 0,3 M (T1), 0,6 M (T2), 0,9 M (T3) e 1,2 M (T4), ácido salicílico 15 mM mais glicose 0,6 M (80% + 20% da mistura, respectivamente; T5), ácido salicílico 15 mM (T6), KCl 0,5 M (T7), sacarose 0,3 M (T8) e 0,45 M (T9). Após 36 meses de avaliações (Jan 2003 a Dez 2005) registrou-se a eficiência de vários indutores na diminuição estatisticamente significativa (Duncan, p < 0,05) de vassouras vegetativas (T2, T8) e de almofadas (T9) e do número de frutos infectados (T7, T9), assim como aumento do número de frutos sadios por planta (T3), quando comparados aos controles. No Experimento 2, plantas adultas da variedade Comum, altamente susceptíveis à vassoura-de-bruxa, foram também submetidas, em uma única aplicação, a injeção no tronco via xilema de 20 mL dos diferentes indutores. O experimento testou 11 tratamentos inclusive dois controles, glicose 0,3 M (T1), sacarose 0,45 M (T2), ácido salicílico 15 mM + glicose 0,45 M + H2O2 1,5 mM (80% + 10% + 10% da mistura, respectivamente; T3), KCl 0,375 M + sacarose 0,45 M (50% + 50% respectivamente; T4), glicose 0,45 M + H2O2 1,5 M (80% + 20% respectivamente; T5), ácido salicílico 15 mM + glicose 0,45 M (80% + 20% respectivamente) (T6), quitosana 200 mg L-1 (T7), KCl 0,625 M (T8), glicose 0, 45 M (T9). Decorridos 60 meses (Jul 2004 a Jul 2009) de coleta de dados, a exemplo do Experimento 1, verificou-se a eficiência de vários indutores na diminuição significativa (Duncan, p < 0,05) de vassouras vegetativas (T5, T7), número de frutos infectados (T5, T7) e o aumento de frutos sadios por planta (T1, T2, T3, T4, T8), quando comparados ao controle.